segunda-feira, 13 de agosto de 2018



Quarto de motel 129

Ouso contar para quem interessar saber, a dor da saudade
que me invade o corpo. Sei tão pouco sobre Ele! E ainda assim
tento barganhar com a solidão suave e serena. Esse é o
sintoma de quem leva um fora ou é abandonada por um homem
que se alimenta do amor das mulheres sem nada dar em troca.
Homens que são crias de tempos de Aids, Net, sexo casual e virtual,

Viagras, silicones, homens metrosexuais -'experts' na Arte da

sedução. Sei que é demodê se sofrer hoje em dia por assuntos de

paixão;o sensato seria se continuar a trajetória em busca de outro
relacionamento.

Ás cinco e pouco, ele já esperava no local combinado - uma rua
deserta. Entrei no carro um tanto desajeitada e nervosa. Naquele instante

saí da própria vida e entrava em outra. Misteriosa e secreta. Quase me convencendo que a decisão que tomara seria um imenso erro... Entretanto, quando olhei para a boca de sorriso largo e lindo... Desisti!
Beijou-me suavemente, num roçar de lábios que pareciam asas de borboleta. Ali mesmo dentro do carro iniciou lindo ritual...

A sua língua, começou a penetrar os meus lábios que se derretiam debaixo dos seus, e em segundos, já se entrelaçava na minha, numa dança, ávida de intensos prazeres.

Foi assim que Ele chegou para mim assim como chega o rei para sua amada Maria; cobri-lhe os sentidos com meus beijos. Sem noção, louca de desejos, queimei-lhe a pele deliciosamente com o meu tesão.

Lembrei que seu olhar tinha o brilho de mar calmo e sorriso de ‘quero-mais’. O dia chegava ao fim e essa seria a primeira vez que iríamos ficar juntos. Tantas e tantas fantasias... Aquelas paredes daquele quarto 129 guardariam?

Ao abrir a porta, parei subitamente, ele como se adivinhasse minha hesitação, me abraçou por trás e suas mãos procuraram ávidas todos os recantos do meu corpo trêmulo. Maravilhoso sentir seu corpo junto ao meu, o clima sensual nos envolvendo; corpos suando levemente pelo movimento e pela proximidade do calor do outro.

A textura da pele sentida através de leves toques das mãos nas costas, dos rostos colados, das mãos juntas. O cheiro dele me fazendo quase esquecer de onde estava, suas pernas tocando,apertando, envolvendo. A sua boca na minha, passando pelo meu pescoço. Suas mãos segurando meus ombros com força, as minhas apertando seu corpo, acariciando suas costas, minha boca em sua orelha, beijando, mordendo, lambendo. Língua sugando os mamilos túrgidos de tesão. Estas são eternas lembranças intensas... Os toques dos lábios dele… A força daqueles braços... A intensidade do desejo, mesmo antes que roçasse minhas nádegas, mostrando a força do seu sexo. Sinto-o dentro de mim, me penetrando firmemente…

Houve momento especial que não pude conter suspiros, gemidos ao senti-lo passando a língua entre as pétalas de minha rosa ardente e orvalhada...

Abriu-se mais, desejando que ele visse todos os detalhes das reentrâncias íntimas... A glande intumescida surgiu pulsante, avermelhada e queimando... Tocando exatamente no ponto onde a pele era quente, sedosa e úmida e quase me provocando um orgasmo. Logo depois senti a espada entrar vagarosamente e a grutinha se apertar faminta... Movi o quadril e centímetro a centímetro iniciar a dança magistral e secular que homem e mulher realizam deste o gênesis... E assim totalmente enfiados eu e ele chegamos ao supremo gozo... E quedamos exaustos abraçadinhos até o sono nos vencer.

Chamo, clamo, novamente, aquele homem para escrever em meu corpo, a linguagem e a urgência do desejo, novamente tê-lo, loucamente, num prazer mútuo alcançar, obedecendo, num ritual carinhoso ao olhar devorador. Será tudo que importa...

Que o mundo perceba, não importa, o corpo de fêmea enlouquecida de tesão, eternizando em versos, um momento único de entrega total, semelhante ao acontecido nas manhãs chuvosas... Quando o desejo nasce mais intenso.

“Guardo ainda o seu gosto e seu perfume e assim continuarei a fazê-lo até os últimos dias da minha jornada. Refiz naquele momento destino diferente. Ele tornou-se amado amante das Mil e Uma Noites...
Na cama com lençóis de cetim imaginários ficaram impregnados nossos suores perfumados de desejos, sons de gemidos de prazer; e sem vergonha e sem receio pintamos linda aquarela de horas de tesão.
Assim foi o acontecido em um quarto de motel 129”.

(Hoje, Sexta-feira de tons cinza, tristeza na alma, sinto-me assim. Verdade tão singular que seria incapaz de contar a alguém – gostaria de ser eterna e plena, anseio pela liberdade, selvagem e única, que transgride o cotidiano, de desejar sem ser satisfeita, ter que calar, senão apedreja, este é mundo de homens lobos. Onde objeto do amor sensual, desejado, move seu pensamento desesperadamente, em tentativa de criar um espaço dentro de dimensões ilimitadas e abstratas –num processo de sensualidade, numa fragilidade de emoções, própria de quem ama – forma de libertar das amarras - vitória dos sentimentos mais íntimos - que um ser possa sentir por outro).
Livro Desejo & Solidão (ainda não publicado)

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