Anjo ou Borboleta? 38
Valho-me do silêncio das madrugadas para escrever, e
fico a observar as vidas pelas quais doei a minha vida, estão serenas, úteis,
prósperas e felizes...
Eu aqui no meio do caminho a esperar ao menos uma
mensagem tua, seria o suficiente apenas uma palavra "alô" - mas nada,
tudo vazio na tela da imensidão da web.
Penso que talvez seja por eu não querer me
despedir, a razão determina, mas meu coração e desejo luta em dizer não.
Tanta despedida, já reparou senhor Destino que eu
vivo a me despedir ou dar adeus?
Minha vida parece ser apenas perdas...
Seguirei ou continuarei sozinha em meus caminhos?
Será que não conseguirei fazer com que alguém de
coração igual ao meu, que há muito não me aparece, nem em sonhos, se desencante, e enfim, eu ouça um feliz:
estou aqui.
Céus - eu ainda acredito em Contos de Fadas!
Eu vejo a Vida através das janelas de outros?
E o Amor? É amor? Haveria eu de saber um dia?
Tão cheia de sonhos, ingênua e tão grávida de
desejos, Estarei pronta para receber os prazeres, que a vida fora dos austeros
muros do convento, de onde viera, daquele ponto do passado, onde a menina,
um dia saíra?
Mas, isso fora há muito tempo...
E agora, somente agora, ao entardecer da vida
se perguntava.
Perfeito homem, aquele que tinha a ternura afetuosa
e milenar das histórias de Contos de Fadas - idealizara que ele a adoraria
com toda a sua alma e que haveria de querer-lhe com meiguice, passeariam juntos
de mãos dadas, passariam as noites sob a poeira cósmica das estrelas e sempre
adormeceriam abraçadinhos, sob lençóis da mais fina seda, ouvindo o palpitar
dos corações e o calor dos corpos sonharia sonhos coloridos.
Até esquecera, que hoje era o dia que viera ao
mundo - também não haveria necessidade de colocar isso em microfones. Na
verdade, queria era mais esquecer - ficar anônima - anestesiada- descobrira o
quão era confortante ficar quietinha no canto do mundo - depois de tantos
desenganos. E tinha o direito de chorar sozinha.

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